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terça-feira, 30 de março de 2010

JULGAMENTO DE VITALMIRO BASTOS

As Irmãs de Notre Dame de Namur, família religiosa de Dorothy Stang assassinada em 2005, vem a público repudiar e chamar atenção das autoridades para o escárnio público representado pelas entrevistas, jornais, TVs, do matador confesso de Dorohty em 2005, Rayfran das Neves, em seu primeiro dia de licença de Páscoa, ontem.

É um abuso inaceitável para sociedade o uso da licença para dar entrevistas organizadas a jornais e TVs, em escritório de advogados, convocando jornalistas, para induzir a sociedade e jurados a erro horas antes do júri do mandante Vitalmiro Bastos de Moura.

Rayfran mente descaradamente sobre questões já resolvidas, fartamente provadas nos autos. Repete que foi ameaçado por Dorothy e 150 homens, que não planejou o crime. Que o fez sozinho.

Rayfran está condenado por homicído duplamente qualificado. O júri em que sustentou a tese de homicídio simples foi anulado por provas contrárias. O crime planejado contou com mandantes, intermediário e executores, sentença do Tribunal de Justiça do Pará, em 2009.Em dezembro 2009, seus advogados abriram mão de recurso aceitando condenação por homicídio qualificado, por promessa de pagamento, com agravantes.

Este “bom moço” que declarou “querer ser advogado para ajudar pessos contra injustiças” deu seis tiros, cinco pelas costas, de uma senhora de 73 anos. Friamente, cruelmente, para receber pagamento prometido pelos mandantes Regivaldo Galvão e Vitalmiro Bastos, com arma dada e escondida por Vitalmiro, crime intermediado por Amair Feijoli.

É um escárnio a Justiça, ao tribunal do júri, a sociedade brasileira que Rayfran e seus comparsas igualmente soltos ontem, usem a licença para receber nova recompensa mentindo nos jornais e TVs para melhorar a posição da defesa de Vitalmiro Bastos.



Irmãs de Notre Dame de Namur, em Belém, 30 de março de 2010


Irmã Jane Dwyer, companheira de Dorothy em Anapu, atende pelo telefone 091 92172235

sábado, 13 de março de 2010

CARTA DE BELO MONTE


10 de Março de 2010
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Praça dos Três Poderes – Palácio do Planalto
Brasília/DF CEP: 70150-900
BRASIL
Fax: + 55 61 3411.2222


Excelentíssimo Senhor Luíz Inácio Lula da Silva,

Gostaríamos de expressar a nossa grande indignação e insistir para que o projeto da barragem
hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no estado do Pará, seja imediatamente suspenso
devido aos devastadores riscos sociais, ambientais e econômicos que o projeto representa para a
região Amazônica.

Em julho de 2009, o senhor reuniu-se em Brasília com representantes da sociedade civil brasileira
e com líderes das comunidades indígenas da bacia do rio Xingu, e lhes prometeu a reabertura do
diálogo sobre o ameaçador mega-projeto hidrelétrico. Na ocasião o senhor lhes garantiu que
“Belo Monte não seria forçada goela abaixo de ninguém”. Entendemos que esse compromisso
significava que a usina deBelo Monte somente seria aprovada uma vez que as comunidades
afetadas tivessem sido devidamente consultadas sobre o projeto, compreendido suas implicações
e concordado com suaconstrução.

Entretanto, menos de um ano mais tarde, seu governo deu sinal verde para o projeto, apesar da
indignação das comunidades locais,da preocupação e dos alertas explícitos dos especialistas
brasileiros. Dois altos funcionários do IBAMA- Leozildo Tabajara da Silva Benjamin e Sebastião
Custódio Pires- chegaram a pedirdemissão de seus cargos no ano passado devido ao alto nível de
pressão política para a aprovação do projeto.Fica claro que há sérias preocupações e críticas
oriundas de vários grupos e figuras importantes da sociedade civil brasileira, inclusive da parte de
Dom Erwin Krautler, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e de Leonardo
Boff, entre outros. Independente dessas preocupações expressas por seus compatriotas e da
promessa feita anteriormente, percebemos que seugoverno pretende de fato forçar Belo Monte
goela abaixo das comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia que são diretamente afetadas.
Estamos extremamente preocupados não apenas com a decisão de construir um mega-projeto tão
destrutivo do ponto de vista ambiental, mas também com a falta de ética que permeou o processo
de licitação do projeto através do qual o governo excluiu a sociedade civil de qualquer debate
aberto. Aqueles que serão os mais afetadospela construção de BeloMonte – o povo do Baixo
Xingu - foi particularmente alijados do processo de tomada de decisão. O povo da Bacia do rio
Xingu se opõe à Belo Monte há mais de 20 anos por razões que são válidas até hoje.

Como o senhor sabe, o Brasil votou pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos
Povos Indígenas (UNDRIP), que protege o direito desses povos à auto-determinação, incluindo
consulta livre, prévia e informada e que passou a integrar a lei Internacional dos Direitos
Humanos. O Brasil também faz parte da Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho que garante aos povos indígenas o direito a consulta livre, prévia e informada com
relação a projetos de desenvolvimento ou de infra-estrutura que gerem impactos sobre suas vidas
e subsistência, tais como a proposta barragem de Belo Monte. Líderes de grupos indígenas locais
deixaram claro que esse direito de consulta foi completamente desconsiderado na aprovação da
licença prévia de Belo Monte e na sanção dos seus impactos sobre territórios indígenas.

As populações tradicionais e os povos indígenas tiveram seus direitos violados durante todo o
processo de licitação e insistimos para que essa situação seja remediada. Acreditamos que a
construção da Belo Monte representa uma grave violação de quase todos os artigos da UNDRIP,
tais como os artigos 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 18, 19, 20, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 32, 38, 40, 43 e 44.
O Brasil também viola o artigo 231.3, Capítulo VIII, da Constituição Federal do Brasil de 1988,
que garante por lei o direito dos povos indígenas de contestarem a exploração de recursos
hídricos em suas terras, e do artigo 10-V da resolução 237 do CONAMA (19 de Dezembro de
1997), que requer a consulta pública sobre as avaliações de impacto ambiental.

Como o senhor está ciente, a represa de Belo Monte irá inundar uma área de 500 km2 e desviar
quase todo o fluxo do Xingu para a usina na barragem através de dois canais artificiais. Esse
desvio do fluxo do rio deixará sem água, peixe ou transporte as comunidades indígenas e
tradicionais ao longo de uma extensão de 130 km na Volta Grande do Xingu. O rebaixamento do
lençol freático poderá vir a destriuir a produção agrícola da região, afetando os produtores
indígenas e não indígenas, assim como a qualidade da água. É muito provável que as florestas
tropicais da região tampouco sobrevivam. A formação de pequenos lagos de água parada entre as
rochas da Volta Grande propiciarãoum meio perfeito para a proliferação da malária e de outras
doenças cujo vetor se desenvolve na água parada. As comunidades a montante, inclusive os
índios Kayapó, sofrerão com a perda das espécies migratórias de peixe que são parte fundamental
de sua dieta.

Além dos impactos devastadores à Volta Grande já mencionados, estima-se que 20.000 pessoas
serão forçadas a deixarem suas casas, incluindo habitantes da cidade de Altamira que será
parcialmente inundada. Apesar de tudo isso, Belo Monte é considerado como um projeto-modelo
pelo Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC), ambicioso programa do seu governo que
promete trazer um futuro de desenvolvimento para o Brasil com mínimo impacto social e
ambiental. Unimo-nosaos opositores brasileiros à usina de Belo Monte ao declararmos que esses
impactos são um preço inaceitável a ser pago por um projeto de viabilidade técnica e econômica
duvidosa que oferece benefícios questionáveis aos brasileiros. Na verdade, a construção da Belo
Monte pode levar ao questionamento de toda a imagem do PAC, tanto no Brasil quanto no
mundo, sendo completamente contrária ao desenvolvimento sustentável e aos benefícios sociais
com que o PAC se compromete.

Investigações independentes concluíram que a avaliação do estudo de impacto ambiental do
projeto é incompleta e subestima a extensão dos possíveis impactos da usina de Belo Monte. É do
conhecimento de todos que o fluxo ao longo da Volta Grande do Xingu seria gravemente
reduzido pelos canais, contudo, os estudos geológicos e sobre a qualidade e o fluxo das águas na
Volta Grande permanecem incompletos. Francisco Hernandez, engenheiro eletricista e cocoordenador

de um grupo de 40 especialistas que analisaram o projeto, duvida da viabilidade da
Belo Monte e alerta tratar-sede um projeto extremamente complexo que dependeria da construção
não somente de uma barragem, mas de uma série de grandes barragens e diques que
interromperiam o fluxo de água de uma extensa área e requereriaescavações de terra e rochas em
escala semelhante aquela necesáriana construção do Canal do Panamá. Estamos particularmente
preocupadoscom o descaso do governo com relação ao parecer do painel de especialistas e à
análise técnica realizada pelo IBAMA, em novembro último, parte fundamental do processo de
licenciamento ambiental.

Belo Monte produzirásomente 10% da capacidade instalada de 11.233 MW de energia durante os
três a quatro meses da estação seca. Além disso, ainda não se sabe qual será o custo total do
projeto; enquanto a Empresa de Pesquisa Elétrica (EPE) estima R$16 bilhões, investidores
privados estimam R$30 bilhões. O suprimento energético ineficiente e as incertezas sobre os
dados ambientais do projeto não justificam tamanho investimento. Revolta-nos a falta de
responsabilidade dos atores corporativos e financeiros que se empenham emconcretizar esse
projeto, como o banco nacional de desenvolvimento BNDES que planeja utilizarde maneira
irresponsável os recursos públicos dos contribuintes brasileiros para financiar a maior parte de
Belo Monte. Belo Monte não é um problema não somente para a população do Xingu, mas é
também um péssimo investimentopara o Brasil.

A realização do projeto de Belo Monte desconsidera alternativas viáveis e menos destrutivas tais
como o aumento da eficiência energética e a promoção de fontes renováveis de energia, por
exemplo, energia solar e eólica. Um estudo realizado pela WWF-Brasil, publicado em 2007,
mostrou que até 2020 o Brasil poderá reduzir a demanda energética prevista em 40% por meio de
investimentos em eficiência energética. A energia economizada seria equivalente a 14
hidrelétricas de Belo Monte e representaria uma economia de cerca de R$33 bilhões para os
cofres brasileiros.

Apesar de existirem alternativas muito mais viáveis e sustentáveis, a hidrelétrica de Belo Monte
está sendo proposta como modelo para a matriz energética renovável do Brasil, parte importante
da redução de 38% das emissões domésticas brasileiras até 2020. Na verdade, o que se verifica é
exatamente o contrário: a barragem emitirá grandes quantidades de metano, gás de efeito estufa
21 vezes mais potente do que o CO2. Grandes barragens também causam destruição ambiental
direta e indireta consideráveis, como o desmatamento de grandes áreas e o aumento das emissões
de gases de efeito estufa. Não há nada de limpo nem de sustentável em Belo Monte.

Acreditamos que nossa reunião realizada em junho deste ano tenha sido um passo importante na
direção da abertura de novos canais de diálogo e confiança entre o governo e as populações locais
do Rio Xingu. No entanto, vemos que a total incapacidade de cumprir essa promessa de diálogo
vem aumentando a tensão política em torno da questão de Belo Monte com a possibilidade de
mobilizações em massa e confrontos violentos se tornando cada vez mais factíveis.
Em suma, entendemos a aprovação desse mega-projeto pelo governo brasileiro como um ato
irresponsável e temerário. Forçar Belo Monte goela abaixo de milhares de povos indígenas e
famílias ribeirinhas, enquanto o baixo Rio Xingu é destruído, é um preço incomensuravelmente
alto a ser pago por uma fonte energética ineficiente, de alto custo e devastadora do ponto de vista
ambiental.

O Brasil não precisa da Belo Monte para assegurar o seu futuro energético.
Insistimos veementemente para que o governo adote alternativas menos destrutivas para
alimentar o crescimento econômico do Brasil, realize a devida consulta às comunidades locais e
suspenda de imediato esse projeto desastroso em respeito aos direitos dos habitantes do Rio
Xingu e à integridade do ecossistema da região.
Atenciosamente,

Christian Poirier
Brazil Program Coordinator
Amazon Watch
221 Pine St.
San Francisco, California
United States, 94104
Phone: +1 415 487 9600
Fax: +1 415 487 9601
Email: christian@amazonwatch.org
Cc:
Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, gabinete@mme.gov.br
Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, carlos.minc@mma.gov.br
Presidente do IBAMA, Roberto Messias Franco, roberto-messias.franco@ibama.gov.br
Procuradora da República, Débora Duprat, deborah@pgr.mpf.gov.br
Chefe de Gabinete do Ministério de Minas e Energia, José Antonio Corrêa Coimbra
jose.coimbra@mme.gov.br
Executive Secretary of Ministry of Mines and Energy, Márcio Pereira Zimmermann
secex@mme.gov.br
Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Josias Matos de Araujo
see@mme.gov.br
Chefe de Gabinete do IBAMA, Vitor Carlos Kaniak, vitor.kaniak@ibama.gov.br
Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira
izabella.teixeira@mma.gov.br
Carta endossada pelas seguintes organizações:
ACCION ECOLOGICA REDLAR, Equador
ACTION POPULAIRE CONTRE LA MONDIALISATION, Genebra, Suíça
AFRICA YOUTH INITIATIVE ON CLIMATE CHANGE
AKIN
ALLIANCA DEL CLIMA E.V.
AMAZON WATCH, EUA
AMBIENTE E SALUTE (ENVIRONMENT AND HEALTH), Bolzano-Itália
AMNESTY INTERNATIONAL, América Latina, Alemanha
ANAKU ERMET, Aotearora/Nova Zelândia
AQUATIC NETWORK
ASIAN INDIGENOUS WOMENS'S NETWORK, Filipinas
ASIA PACIFIC INDIGENOUS YOUTH NETWORK, Filipinas
ASOCIACIÓN DE ECOLOGÍA
ASOCIACIÓN INTERAMERICANA PARA DEFENSA DEL AMBIENTE, México
ASIA INDIGENOUS PEOPLES PACT, Tailândia
BERNE DECLARATION, Suíça
BIOFUELWATCH
BOTH ENDS, Holanda
BUILDING COMMUNITY VOICES, Cambodia
CANADIANS FOR ACTION ON CLIMATE CHANGE, Canadá
CARBON TRADE WATCH
CENTRE FOR CIVIL SOCIETY ENVIRONMENTAL JUSTICE PROJECT, África do Sul
CENTER FOR INDIGENOUS PEOPLES, Paquistão
CHR-CAR, China
CLIMATE ALLIANCE OF EUROPEAN CITIES WITH THE INDIGENOUS RAINFOREST
PEOPLES
CODEPINK, EUA
COECOCEIBA-FoE, Costa Rica
COMITÉ POUR LES DROITS HUMAINS EN AMÉRIQUE LATINE
COMUNIDAD VILLA SALVIANI, Bolívia
CORDILLERA PEOPLES ALLIANCE, Filipinas
CORPORATE ACCOUNTABILITY INTERNATIONAL, EUA
CORPORATE ETHICS INTERNATIONAL, EUA
COUNCIL OF CANADIANS, Canadá
DOGWOOD ALLIANCE, EUA
EARTH CHARTER NARSAQ, Groenlândia
EARTH CHARTER YOUTH VISION ALLIANCE NETWORK, Nigéria
EARTHPEOPLES
ECO LABS, Reino Unido
ECOLOGISTAS EN ACCIÓN, Espanha
ECOSISTEMAS, Chile
ENERGY ETHICS, Dinamarca
ENVIROCARE, Tanzânia
FERN, Bélgica
FIAN International
FIAN, Holanda
FLEMISH CENTRE FOR INDIGENOUS PEOPLES, Bélgica
FOREST PEOPLES PROGRAMME, Rainforest Foundation EUA
FOREST PEOPLES PROGRAMME
FRIENDS OF PEOPLES CLOSE TO NATURE
FRIENDS OF THE EARTH, Àustria
FRIENDS OF THE EARTH, Canadá
FRIENDS OF THE EARTH, Chipre
FRIENDS OF THE EARTH, Flandres e Bruxelas
FRIENDS OF THE EARTH, EUA
FRIENDS OF THE EARTH, França
FRIENDS OF THE EARTH, Mauritius
FRIENDS OF THE EARTH, Serra Leoa
FUNDACIÓN PARA ADHESIÓN CON LOS PUEBLOS AMAZÓNICOS
FUNDACIÓN PROTEGER, Argentina
GEGENSTRÖMUNG – COUNTERCURRENT, Alemanha
GLOBAL EXCHANGE, EUA
GLOBAL FOREST COALITION
GLOBAL JUSTICE ECOLOGY PROJECT, EUA
GLOBAL 2000 - FRIENDS OF THE EARTH, Àustria
GRASSROOTS INTERNATIONAL
GREEN ACTION FOE, Croácia
GREENPEACE
GRUPPO AMBIENTE, Bolzano, Itália
HMONG ASSOCIATION, Tailândia
HUMAN RIGHTS PROJECT AT THE URBAN JUSTICE CENTER
IBIZA ECOLOGIC
ILO, Support for Indigenous Peoples, Cambodja
INDIAN CONFEDERATION OF INDIGENOUS AND TRIBAL PEOPLES NORTH EAST
ZONE, Ìndia
INDIAN YOUTH CLIMATE NETWORK, Ìndia
INDIGENOUS ENVIRONMENTAL NETWORK, EUA
INDIGENOUS PEOPLES COUNCIL ON BIOCOLONIALISM
INDIGENOUS PEOPLES CULTURAL SUPPORT TRUST
INDIGENOUS RIGHTS ACTIVE MEMBER, Cambodja
INDI-GENEVE, Switzerland
INDONESIA FISHERFOLK UNION/Serikat Nelayan, Indonésia (SNI)
INSTITUTE FOR SOCIAL ECOLOGY, EUA
INTERNATIONAL ACCOUNTABILITY PROJECT, EUA
INTERNATIONAL RIVERS, EUA
IPUGAO TRIBAL GROUP, Filipinas
JUSTICE, PEACE AND INTEGRATION IN CREATION
KAHAB ABORIGINAL ASSOCIATION OF NANFOU, Taiwan
KALUMARAN - ALLIANCA OF INDIGENOUS PEOPLES ORGANIZATIONS MNDANAU,
Filipinas
KIRAT YAKTHUNG MANGENNA CHUMLUNG, Nepal
KLIMA-BÜNDNIS, Alemanha
KOALISYON NG KATUTUKO, Filipinas
KoBra
LAND IS LIFE
LISIANG DONGBA CULTURE RESEARCH INSTITUTE, China
MAGAR STUDIES CENTER, Nepal
MENSCHENRECHTE 3000 e.V. (Human Rights 3000)
MINA SUSANA SETRA, Indonésia
MONTAGNARD FOUNDATION, Vietnã
NAGA PEOPLES MOVEMENT FOR HUMAN RIGHTS, Filipinas
NATIONAL ASSOCIATION OF PROFESSIONAL ENVIRONMENTALISTS, Uganda
NETHERLANDS CENTRE FOR INDIGENOUS PEOPLES
NETWORK OF INDIGENOUS PEOPLES IN THAILAND
NOAH FRIENDS OF THE EARTH, Dinamarca
NURHIDAYAT MOENIR, Indonésia
ODISHA ADIVASI MANCH, Índia
OILWATCH, Costa Rica
OILWATCH, Mesoamérica
O'ODHAM VOICE AGAINST THE WALL
PACIFIC ENVIRONMENT, EUA
PACIFIC INDIGENOUS PEOPLES ENVIRONMENTAL COALITION
PAGGAMISAN TAKO AM, Filipinas
PAKISTAN FISHERFOLK FORUM, Paquistão
PEACE ACTION MAINE, EUA
PENGON-FOE, Palestina
PERUVIAN IN ACTION-NY
PUMC-UNAM, México
QIVI NETWORK GREENLAND
RADIO DIGNIDAD
RADIO URGENTE
RAINFOREST ACTION NETWORK, EUA
RAINFOREST FOUNDATION, EUA
RETTET DEN REGENWALD e.V, Alemanha
SOBREVIVENCIA FRIENDS OF THE EARTH, Paraguai
SOCIETY FOR THREATENED PEOPLES INTERNATIONAL
SOS-REGENWALD, Àustria
TARA-Ping Pu, Taiwan
TAIWAN ENVIRONMENTAL PROTECTION UNION
TERRA NOSSA FOUNDATION
THE CORNER HOUSE, Reino Unido
THE ENVIRO SHOW WXOJ-LP & WMCB
THE WITTENBERG CENTER FOR ALTERNATIVE RESOURCES
TIBET THIRD POLE
TIMOR-LESTE INSTITUTE FOR DEVELOPMENT MONITORING AND ANALYSIS-La'o
Hamutu
TRAPESE POPULAR EDUCATION COLLECTIVE
TRIBAL PROFESSIONAL AND STUDENT SOLIDARITY, Filipinas
UMPHILO WAMANZI, A WATER AND ENVIRONMENTAL CSO IN SOUTH AFRICA
UNITED WORLD OF INDIGENOUS PEOPLES
Universitario México Nación Multicultural –UNAM, México
VIVAT INTERNATIONAL
VOICE, Bangladesh
VOLUNTARY SERVICES ONESEAS, Paquistão
WISEREARTH
WORLD RAINFOREST MOVEMENT, Reino Unido
YACHAY WASI, Cuzco, Peru & NYC, EUA

quinta-feira, 11 de março de 2010

OAB - Audiatur et altera pars

Dom Erwin na reunião com a OAB...."Quando foi minha vez de falar perguntei primeiro por que aí não se acharam os ilustres professores de renome nacional e internacional que têm argumentos de sobra contra Belo Monte? Por que essa gente perita não tem voz nem vez no âmbito da OAB? Citei apenas os nomes do professor dr. Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP; do professor Dr. Oswaldo Sevá, da Unicamp; da professora dra. Sônia Magalhães, da UFPA; e do professor dr. Rodolfo A. Salm, também da UFPA. Por que esses cientistas de alto nível e padrão não foram convidados? Insisti no antigo adágio que os velhos romanos já observaram quando se trata de justiça e de direito: “Audiatur et altera pars” e, para ninguém ficar sobrando, traduzi o provérbio latim: “Ouça-se também a outra parte!” Tive oportunidade de manifestar minha indignação e revolta em relação a Belo Monte e à maneira como o assunto está sendo tratado também num fórum como o da OAB." Leia na íntegra, na pagina Racismo ambiental.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CORRUPÇÃO E MEIO AMBIENTE: A COLETIVA DA CNBB

Quanto ao Projeto Ficha Limpa, que tramita no Congresso, o Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, foi contundente: "Não dá para imaginar um parlamentar que se coloque contra o projeto Ficha Limpa. Alguém que se pronunciar contra a Ficha Limpa é um defensor da ficha suja? E quem se posicionar contra a Ficha Limpa, como é que vai disputar eleições? É um assunto que nos deixa pensativos. Não consigo imaginar alguém que seja contra esse projeto". Leia na íntegra.

CNBB:"Não é possível apoiar processos que ameaçam a vida..."

Os bispos do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) emitiram uma nota na manhã desta quinta-feira, 25, em que manifestam apoio à posição dos bispos do Pará e do Amapá em relação à construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu. “Manifestamos nossa grande preocupação ao saber que a licença prévia já foi concedida pelo IBAMA, permitindo o leilão para a construção e exploração da referida Usina” ... Leia na íntegra a matéria.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Fotos da 6ª Assembléia - IDÉIA DE AMIGO -

A pedido do nosso querido amigo Padre Sávio Corinaldesi para ver algumas fotos da 6ª Assembléia do Povo de Deus, tive a idéia de colocar a todo(a)s a mesma oportunidade. Aqui estão elas para quem quiser dar uma olhadinha. Elas estão em tamanho reduzido para facilitar o download. Desculpem a falta de seleção das fotos (tem umas bem ruins), mas sei que nem todos (as) saem nas fotos boas então... (boa desculpa).
primeiro arquivo 30mb
segundo arquivo 57mb

Beto

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Homilia de Dom Erwin no 5º ano de morte de Dorothy Mae Stang



 "não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida"
1 Tes 2,8
Quinto aniversário do assassinato de Irmã Dorothy Mae Stang, NDdN

Cinco anos passaram desde aquele fatídico sábado em que Rayfran e Clodoaldo, empregados de Tato, cruzaram o caminho da Irmã Dorothy, não para cumprimentá-la, mas para executar o sinistro plano, há tempo concebido pelo consórcio do crime, e cumprir o nefasto papel de matar a Irmã que dedicou toda a sua vida aos pobres. 

Os pobres de hoje não são apenas uns explorados e oprimidos. São excluídos, expulsos da sociedade e da terra por serem considerados "supérfluos" (cf. DAp 65). Irmã Dorothy fez a opção de sua vida exatamente por essas pessoas, por essas famílias "sem eira nem beira", desprezadas e maltratadas, sem perspectivas num mundo em que perderam sua pátria

Foi aos pobres, que Deus assegurou seu amor incondicional e preferencial. As palavras do profeta Jeremias calaram fundo no coração de Dorothy: "Ponde em prática a justiça e o direito, livrai o oprimido das mãos do opressor, nunca prejudiqueis ou exploreis o migrante, o órfão e a viúva nem jamais derrameis sangue inocente no país" (Jer 22,3). Dorothy não apenas acompanhou as famílias de Anapu e da Transamazônica na busca de seus direitos e defendeu seus interesses, peregrinando de repartição em repartição, procurando falar com prefeitos, vereadores, deputados, senadores. Dorothy fez e foi muito mais: Ela amou! E esse amor fez vibrar cada uma das fibras de seu coração. Ela foi mãe, foi irmã, foi filha de seu povo! Dorothy nos lembra a passagem tão sugestiva na primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses: "Apresentamo-nos no meio de vós cheios de bondade, como u'a mãe que acaricia os seus filhinhos. Tanto bem vos queríamos que desejávamos dar-vos não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida, de tanto amor que vos tínhamos" (1 Tes 2,7-8).

Naquela manhã de sábado, 12 de fevereiro de 2005, ela testemunhou "o evangelho de Deus", derramando o seu próprio sangue. Foi morta porque amou sem medida, foi trucidada porque entendeu que seu lugar era "ao lado dessas pessoas constantemente humilhadas"1 foi assassinada porque abraçou "a justiça e o direito" e lutou para livrar "o oprimido das mãos do opressor" (Jer 22,3), foi eliminada do meio do povo pobre porque contrariou os interesses e ambições de "gente que se considera poderosa", como ela mesma costumava expressar-se.

Dorothy viveu em vida a opção pelos pobres sem deixar-se intimidar ou constranger. Com a sua morte, porém, Dorothy ultrapassou todos os limites e fronteiras. Sacudiu o mundo, descerrando a face ensanguentada da Amazônia, fazendo ecoar os gritos e revelando as dores que golpeiam os povos que aqui vivem.

Cinco anos passaram! Cinco anos, também repletos de tramas e trâmites judiciais. Prisões efetuadas com grande alarde, sentenças condenatórias solenemente proferidas e com a mesma solenidade anuladas, pedidos de habeas corpus deferidos e liberdade provisória concedida. Sempre novas versões do crime, chegando até ao cúmulo absurdo de transformar a vítima em ré, alegando legítima defesa.
Há poucos dias um dos acusados é preso outra vez2 . Foi condenado a 30 anos e absolvido em um segundo julgamento. Agora outro recurso consegue anular o veredicto anterior e o fazendeiro recebe novamente voz de prisão. E a imprensa divulga o fato como se fosse a prova mais convincente de que a Justiça funciona. Só tem um detalhe! Nós todos já estamos saturados de tais notícias. Em breve, algum advogado experto vai achar outra brecha na legislação e o homem conseguirá mais um alvará de soltura para acrescentar à sua coleção. O mesmo se diga do tal desaforamento anunciado agora3. Precisava cinco anos para chegar a essa conclusão?!
E o consórcio do crime? Nada mais tem a temer! A poeira há tempo sentou. Afinal, já há quem responde pelo homicídio! Por que procurar outros para submetê-los a processos complicados? Por que investigar a quem já não quer lembrar-se de nada? E aqueles que de longa data prepararam o terreno e o ambiente para que a irmã fosse morta? Agora negam tudo! Há pessoas que andaram de cima para baixo com a Dorothy e com ela comeram farofa na casa da Prelazia. Hoje estão do outro lado! Habilitaram-se a jogar no time adversário! É o salmo 41 bem atualizado: "Até meu amigo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou o calcanhar contra mim" (Sl 41 (40),10).

Neste ano de 2010, o mês de fevereiro, em que Irmã Dorothy foi assassinada, ganha mais uma razão para tornar-se histórico. A Amazônia que Dorothy tanto defendeu e pela qual doou sua vida, recebe mais um golpe, desta vez de proporções que ainda nem sequer podemos vislumbrar. O Presidente da República me prometeu pessoalmente4 a continuação do diálogo sobre o projeto Belo Monte. No dia primeiro deste mês o Ibama tornou pública a licença prévia para que o Xingu fosse barrado. 1522 km2 de destruição à vista: 516 km2 de área inundada e 1006 km2 de área deteriorada porque faltará água!

Todas as 40 condicionantes que a Licença Prévia elenca para serem observadas pela empresa que sairá vitoriosa no leilão, nada mais são que uma confissão pública do Governo de que o projeto, se for executado, terá consequências desastrosas. Ao exigir um bilhão e meio de reais em projetos para mitigar os efeitos, o próprio Governo admite de antemão que Belo Monte causará um terrível e irreversível impacto sobre a Amazônia. Onde já se viu tanto esmero para atenuar sequelas antes de iniciar a obra? É a prova cabal de que o próprio Governo sabe que está dando um tiro no escuro. Até esta data, o Ibama nem sequer conseguiu identificar a abrangência e intensidade dos impactos. Como esse órgão então pode realmente atestar a viabilidade de Belo Monte?

Lamentavelmente, quem sofrerá os trágicos efeitos não serão os tecnocratas em Brasília e políticos míopes, mas os povos desta região da Amazônia. O Xingu nunca mais será o mesmo. O solo será danificado, a floresta devastada e das águas turvas e mortas emergirão apenas os esqueletos esbranquiçados das outrora frondosas árvores.
É a política do rolo compressor, é a tática do fato consumado, é o método do autoritarismo que não aceita contestação!

E Dorothy, no seu túmulo, chora a desgraça anunciada!

Mas não deixa de encorajar-nos na luta em favor da vida contra projetos de morte. Nosso caminho é aquele traçado pelo Evangelho. Somos enviados por Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres e denunciar o que se opõe ao Evangelho da Vida, para quebrar as algemas da opressão e tirania, para defender o lar que Deus criou para todos nós e as futuras gerações, e proclamar um ano de graça do Senhor (cf. Lc 4,18-19).

Amém! Marána thá! Vem Senhor Jesus!

Anapu, 12 de fevereiro de 2010
Erwin Kräutler, Bispo do Xingu
1 Irmã Dorothy declarou em sua última entrevista que concedeu a Carlos Mendes de "O Liberal" em 2 de fevereiro de 2005, exatos dez dias antes de ser assassinada: "Sei que eles querem me matar, mas não vou fugir. Meu lugar é aqui, ao lado dessas pessoas constantemente humilhadas por gente que se considera poderosa" E mais adiante: "Eu acredito muito em Deus e sei que ele está comigo. Mas prefiro falar de vida e não de morte. O nosso povo tem um projeto de uma vida melhor com o PDS. Não tenho tempo de pensar em coisa ruim. Mas, se eles me matarem, eu gostaria de ser enterrada em Anapu, junto daquele povo humilde. O Pará é a minha terra." 
2Apontado como mandante da morte de Irmã Dorothy, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, se apresentou, dia 6 de fevereiro de 2010, à delegacia de Altamira. Eduardo Imbiriba, advogado do fazendeiro, pretende entrar com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Bida foi condenado a 30 anos de prisão em 2007, mas acabou inocentado no segundo julgamento, em maio de 2008. Em 2009 a Justiça anulou a absolvição do fazendeiro e decretou nova prisão. Segundo Notícias do Poder Judiciário de 10 de fevereiro de 2010, 19:30, o juiz Cláudio Henrique Rendeiro, em exercício na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, agendou para o próximo dia 31 de março a sessão de júri popular a que será submetido o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura,
3 Os desembargadores das Câmaras Criminais Reunidas decidiram manter a decisão do Tribunal de Justiça do Estado em 2006 e transferir o caso de Regivaldo Pereira Galvão, o taradão, para a Comarca de Belém. 
O desaforamento foi pedido em 2006 pelo juiz Lucas de Jesus e, em 2009, pelo juiz Haroldo Silva da Fonseca, ambos da Comarca de Pacajá, à qual o município de Anapu é jurisdicionado. 
Galvão é outro acusado de ser um dos mandantes do assassinato da Irmã Dorothy. Após a apreciação do pedido de desaforamento, realizada dia 8 de fevereiro de 2010, deve ser marcada a data do julgamento, que deve ocorrer ainda este ano. 
A relatora do processo foi a desembargadora Vânia Silveira (cf. Diário do Pará, 09.02.2010).
4Audiência concedida em 22 de julho de 2009 no Gabinete da Presidência da República.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Índios protestam contra o Governo Federal e ocupam a UFPA em Altamira



MAIS ÍNDIOS CHEGAM PARA A MANIFESTAÇÃO

Índios Asurini da aldeia Koatinemo chegam para engrossar o protesto contra o Governo Federal.